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quinta-feira, 12 de julho de 2012

FLIP 2012: autógrafos

Um autógrafo na primeira edição de Catatau, o primeiro livro publicado por Paulo Leminski, faz o livro custar R$999,00 reais na Estante Virtual. Um exemplar de Os verões da grande leitoa branca, de Jamil Snege, autografado, sai por R$200,00. Uma edição de O cobrador e outros contos, assinada por Rubem Fonseca, sai por R$530,00.

Estes três simples exemplos mostram o poder de um autógrafo: na verdade, a quantidade de dinheiro pedida por cada vendedor não vende a literatura dos autores (em tese, não há valor assimilável para qualquer tipo de literatura), e menos a edição de cada obra (pode-se comprar o mesmo texto por preços muito menores, em edição muitas vezes mais caprichadas). 

O alto valor vende o fetiche que há em torno do livro autografado. É difícil pensar no exato porquê, algo além do valor simplesmente afetivo que o livro adquire. Mas, de qualquer forma, na maior parte das vezes, o livro já representa um valor afetivo para o leitor antes de ser autografado. No fim, talvez seja só mais uma estranheza característica de leitores devotos. Vai saber.

Seguem abaixo imagens de autógrafos retirados na 10ª FLIP (clique em cada um para ampliar):

"Para Guilherme este Bonsai con la amistad de [assinatura] Paraty Julio 2012" - Bonsai, do Alejandro Zambra

"Para Guilherme [assinatura]" - Doutor Pasavento, de Enrique Vila-Matas

Assinatura do Ian McEwan no "Reparação"

"To Guilherme with good wishes and thanks [assinatura]", A visita cruel do tempo, Jennifer Egan

Realmente, pouco se decifra da caligrafia de Javier Cercas. Se conseguir entender, coloca aí nos comentários, agradeço! - Javier Cercas no Soldados de Salamina
"For Guilherme [assinatura]" - Jonathan Franzen no As correções


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Autor mais festejado no pré-FLIP, Jonathan Franzen fez uma das piores mesas do evento

Depois da grande badalação em torno de Jonathan Franzen, promovida pela imprensa brasileira no fim de semana anterior à FLIP, o americano de 52 anos chegou ao Festival como a grande estrela e foi embora como uma grande decepção.

Natural que, como foi dito aqui, o autor de livros enormes e uma quantidade considerável de ensaios e conferências publicados, tivesse coisas interessantes a dizer. Não teve.

Bom, sem dúvida ele é simpático. (Foto: Flavio Moraes/G1)
A mesa de Franzen (que aconteceu na sexta-feira, dia 6) foi mediada pelo excelente Angel Gurría-Quintana, provavelmente a pessoa que mediou o maior número de mesas na história da FLIP. Se não foi a sua melhor mediação, passou longe de ser ruim.

Eliminada a culpa do mediador, Franzen, entre silêncios constrangedoras e piadas horríveis, passou algumas impressões:

- A de subestimar a plateia brasileira. Ao não aprofundar seus temas, falar de maneira pausada demais (e por isso irritante), desviar de perguntas mais agudas, o americano parece ter pensado (talvez inconscientemente, inclusive) que as quase mil pessoas que lotaram a tenda dos autores não o entenderiam.

- Talvez a maneira pausada de falar seja uma característica pessoal. Vá lá. Mas grande parte das reflexões que Franzen levou a Paraty foram superficiais, medianas, sem graça. Por exemplo, dizer que o atentado de 11 de setembro foi potencializado pela mídia.

Além de alguns minutos (que compreenderam umas quatro frases completas do autor de Liberdade) de reflexão sobre a família e sobre as relações familiares (que num contexto sóciopolítico formam o cerne de sua ficção), e de alguns pensamentos sobre "usar o entretenimento para salvar a humanidade", Franzen falou pouco demais para a principal atração da 10ª FLIP.

*Não se engane, o autor deste blog enfrentou uma fila e pegou o autógrafo de Franzen, no exemplar de As correções, lido antes da FLIP e ainda considerado muito bom. Em breve, um post com os autógrafos conseguidos em Paraty.

**Há quem tenha pensado que a mesa não foi tão ruim. Por exemplo, o pessoal do Meia Palavra e o jornalista, crítico e escritor Sérgio Rodrigues.

***Leia a resenha de As correções, publicada semana passada.